quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Meu relato do parto


Entrar no bloco cirúrgico, prestes a dar à luz a minha filha, foi para mim uma experiência no qual não há nada comparável que se possa sentir na vida. Uma certa tensão me aflorava, chorar era inevitável, pois eu não estava nem um pouco tranquila, a sala dá um pouco de medo e toda aquela parafernália que colocavam em mim me intimidava: chegou a hora! Eu queria ter certeza que tudo iria ocorrer bem com a minha bebê. Minha médica, como sempre muito paciente comigo, um amor de pessoa, tentando me acalmar, pedindo para eu relaxar... E o ritual do parto havia começado!

Anestesiada, meio desorientada, minha baby foi retirada do meu ventre em 7 minutos!! Ouvimos seu choro e toda a equipe médica ficou impressionada com o tamanho dela: era enorme e gorda!! O pediatra trouxe ela até junto à mim, a vovó fez a foto clássica da mãe com o olhar cheio de lágrimas e sua filhinha ao lado, pedi para o pediatra voltar para vê-la melhor pois é tudo muito rápido!! Em seguida ele a limpou e a levou para o berçário, onde uma enfermeira deu banho, vestiu sua roupinha e a colocou num bercinho de rodinhas para depois levá-la até a mamãe. Enquanto eu, debilitada em cima de uma maca de cirurgia, a família e os amigos acompanhavam todo o procedimento da minha bebê no berçário. O parto é muito rápido, mas a cirurgia em si demora um pouco.

Fui para o quarto duas horas depois que ela nasceu (às 23 horas do dia 19 de novembro) e pouco tempo depois disso (o tempo suficiente das visitas me darem uma trégua para eu descansar pois eu estava acabada!) a enfermeira a trouxe toda empacotadinha e a colocou no meu colo para amamentá-la. A posição era altamente desconfortável, eu mal poderia segurar a minha filha, meus movimentos eram totalmente limitados e uma sensação de impotência me deprimia.

A primeira noite na maternidade eu não dormi. Ouvia choros e mais choros de bebês. Uma ansiedade tomava conta de mim: será que ela está bem? Será que não precisa da mãe? Acordei minha irmã no meio da madrugada para pedir que ela fosse até o berçário ver como ela estava. Ela dormia profundamente enquanto eu não dormia, ou por causa da posição (deitada para cima), ou porque a sensação de paralisia nas pernas me angustiava ainda mais!

De manhã cedo meu corpo foi voltando ao normal mas as dores começavam a fluir. Fui orientada para não falar, pois facilita a entrada de ar que causa gases e provoca ainda mais dor! Nada disso funcionou comigo, eu começava a sentir dor e isso me incomodava. Minha médica foi me ver e me orientou que eu já poderia me levantar e dar umas caminhadas para me recuperar.

O primeiro dia, pós-parto, foi o mais pavoroso da minha vida, eu nunca havia imaginado que era tão sinistro parir! Tudo era difícil: um simples ato de levantar, andar e falar pela primeira vez após o parto, foram um processo doloroso e meio traumático. Tonturas, vista escura, gases, dor ao urinar, cansaço físico e dor emocional foram as consequências da cirurgia e do efeito da anestesia. Só a minha mãe e minha amiga-irmã (e madrinha de Yasmin) é que sabem e que foram realmente muito pacientes comigo durante as primeiras horas, as mais cruciais, do pós-parto. Sou muito grata à elas. Mas com força e perseverança eu evoluia a cada dia. E sempre com a chegada da minha florzinha no quarto tudo melhorava e eu voltava a sorrir!!

No terceiro dia recebemos alta e fomos, finalmente, para casa. De resguardo e com uma bebê recém-nascida minha vida mudava completamente e a odisseia começava.


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