terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Minha nova rotina e seus desafios



21 de novembro de 2010, a saga havia começado. Primeiro dia em nosso lar, um novo ser dava um tom diferente na casa, eu percebia aquele silêncio e era só ouvir um leve choramingo que eu estava lá para tentar decifrar o novo código de interação mãe-bebê. Cuidar de uma bebê recém-nascida requer muito jogo de cintura, paciência e ajuda dos mais próximos, o que é muito necessário. Como eu havia acabado de sair de uma cirurgia, que diga-se de passagem, uma cirurgia de grande porte, as dificuldades foram mais intensas na primeira semana. Na prática a teoria é outra. Todo o encantamento meio que "pairou no ar" para eu sentir na pele de verdade o que é ser mãe.

Amamentar era algo que eu queria muito fazer com a minha baby ao nascer e quando pude finalmente ser a sua fonte de alimento senti um total desespero em relação as dores das primeiras mamadas, quando a bebê ainda estava aprendendo a pega correta no seio materno e eu me adaptando a essa nova experiência. Chorei de cansaço, sentia dores de cabeça, muito sono (vale salientar que eu não durmo mais) muita fome, muita sede, palidez, as dores da cirurgia também não cessavam e a sensação era que eu não iria ficar boa nunca de tantos desconfortos.

Durante a madrugada, durmo no mínimo duas horas e olhe lá! Amamento ela durante uma hora ou mais, com intervalos para arrotar e mudar de peito. Sem falar que ela adora cochilar no seio da mamãe, então me balanço com ela, canto musiquinhas e na certeza que pegou no sono profundo a coloco no berçinho. Porém estava sendo cada vez mais difícil levantar da cama, feito uma zumbi, para tirá-la do berço para amamentar. Então decidi por mim mesma compartilhar a cama com ela, assim ela fica mais tranquila, amamento deitada mesmo e posso repôr minhas energias.

Então quando penso que estou dormindo já estou acordando, às vezes vejo a luz do sol entrando pela janela do quarto, ou quando estou começando a dormir ou ao acordar. Meu horário é todo louco, não existe mais hora pra nada, apenas para ela! Durante o dia a rotina continua. Há quase 20 dias dentro de casa me dedicando exclusivamente à ela me sinto esgotada, exausta e com um sentimento de culpa por me sentir assim, mas li em outros blogs maternos e vi que não sou a única e que é normal essa sensação logo no primeiro mês de vida da baby. Quando tenho um tempinho livre tento dar uma força nas tarefas de casa, me atualizar, fazer meus trabalhos da faculdade, até para comer, tomar banho e acessar à internet, me desdobro em duas, três, quatro, mil!!

Apesar de tudo, esse momento é único, não poderia deixar de ser lindo. Ela é o xodó da gente, é quem dá equilíbrio à casa e faz do nosso lar um ambiente melhor, de união. Nós duas nos entendemos com o olhar, mas ainda estamos nos conhecendo, suas necessidades são bem claras: fome, incômodo, sono, colo... porém às vezes me perco em alguns detalhes, tento manter a calma, pois passo horas com ela e não sobra tempo pra mim. Amanhã é o meu aniversário e farei 24 anos, e sem querer ser clichê eu já ganhei o maior presente da minha vida e vejo esse dia como mais um dia de luta. Luto para continuar amamentando até o momento em que ela decidir parar, luto para dar conta dessa vida de mãe-filha-estudante-profissional e luto para continuar correndo atrás dos meus sonhos. Ela vem sempre em primeiro lugar e cada dia que passa é um novo caminhar e o sentimento só tende a crescer e a se fortalecer com o nosso vínculo de mãe-filha. Eu te dei à vida, te proporcionei um novo mundo... sinto mais do que nunca a responsabilidade desse ato agindo em minha consciência e sei que é para sempre num laço de amor eterno.

TE AMO MUITO MINHA FLOR!

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