Algumas coisas me fizeram pensar nesses dias. Me olho no espelho e tento enxergar o que mudou em mim, em como me sinto como mãe e como mulher. Na verdade, eu só me sinto mãe. Não me vejo (ainda) como uma mulher e toda a sua sensualidade e sexualidade à flor-da-pele. Apenas vejo que me transformei numa mamífera, dando leite 24 horas, carregando minha filha no meu colo, como uma cangurú e tentando falar com ela através de mimicas, gestos e expressões de bichos, às vezes imito um pássaro e ela olha, às vezes uma gata, um cachorro e por aí vai... tudo isso para chamar a atenção dela. A gravidez é uma etapa muito linda da mulher. Todo aquele barrigão querendo pular pra fora é uma das anatomias mais estranhas e perfeitas que uma mulher pode vir a adquirir em alguma fase de sua vida. Tem mulher que combina com gravidez. O corpo não muda muito e a estrutura fica ornamental, parecendo uma escultura viva ambulante, rsrsrs! Acho perfeito a natureza do corpo da mulher e seu poder de adaptar-se à transformações tão bruscas! Ser mulher é, além de tudo, ser ELÁSTICA! rsrsrs!
Aí vem o parto, o grande momento. A futura mamãe já tá tão cansada que não vê a hora de se livrar daquele barrigão todo, e a ansiedade de ver e tocar no seu bebê nem se fala. Comigo foi uma surpresa o dia do meu parto, eu já estava completando 40 semanas e nenhuma contração. Mas aí no dia D meu útero dilatou 3cm, estava entrando em trabalho de parto sem sentir NADA! Não sei o que é ter contrações. A única coisa que senti foi algo parecido com uma coisa se abrindo dentro de mim, porém sem dor mas com o desconforto da barriga. Me iludi com a idéia de que uma cesárea seria menos pesado, tanto para mim como para ela, que não entraria em sofrimento fetal, por não estar encaixada corretamente e por ser muito grandona! Imaginava que na hora de parir a bichinha iria ficar presa e teriam que puxá-la com um fórceps, eu pensei tanto nisso que a ideia de uma cesárea seria mais fácil para ela. No fundo, no fundo, eu tinha mais medo de não conseguir parir a minha filha do que sentir a dor do parto. E confiava mais na médica do que em mim mesma, será?! Isso vem martelando minha cabeça já há vários meses e tirando o meu sossego, porque eu não me sinto menos mãe pelo fato de não ter parido naturalmente mas me sinto uma guerreira porque pari, amamentei desde o primeiro dia (mesmo sem leite, só colostro) e cuidei de uma recém-nascida sentindo dor, sem dormir e sem acompanhante (minha mãe ficou comigo 7 dias em período integral, depois foi tudo só comigo). Então porque esses pensamentos me substimam tanto? Fico pensando, pensando e não chego a lugar nenhum. Já sou mãe e essa é a minha grande missão!
Hoje olho pra ela, tão perfeitinha. Perfeição essa que só é dela. Por hora eu me sinto orgulhosa, bato no meu peito pra dizer que dou o meu melhor. Mas sei que sou uma mãe imperfeita, que perde a paciência, que deixa chorar (se não for fome), que dá pra vó segurar, que reza para que ela durma logo e que sai feliz de casa quando não tem que levar ela junto. E isso tudo também não é ser mãe? Há vários tipos de mães. Uma delas vai se encaixar em algum momento da sua vida. Essa regra não é dura, vale salientar.
Tipo 1, mãe do lar: Além da licença maternidade de 6 meses, tem a vida inteira para ficar com o seu filho, é sustentada pelo marido, não precisa trabalhar, ou não quer.
Tipo 2, mãe do trabalho: Pega a licença, mas volta a trabalhar antes. Deixa o filho com a babá ou na crechê, ou com parentes.
Tipo 3, mãe solteira: É mãe em tempo integral, mas trabalha, e ainda arruma tempo pra ir prá balada.
Tipo 4, mãe adolescente: Ainda tá no colégio ou fazendo cursinho pré-vestibular. O pai de seu filho mora com ela na casa dos pais.
Tipo 5, mãe universitária: Mora só e conta com a ajuda da família para poder se formar.
Tipo 6, mãe quarentona: Chegou aos 40 e quer ter filhos, fez uma inseminação artificial porque acabou de se divorciar.
Tipo 7, mãe independente: Matriarca, dona da casa e da família. Tem no mínimo 3 filhos. Emprego estável e uma carreira de sucesso.
Tipo 8, mãe sofredora: Cheia de filhos para criar, um de cada marido. Recebe o bolsa-família e pensão alimentícia de cada filho.
Tipo 9, mãe adúltera: Com filho de homem casado.
Tipo 10, mãe guerreira: Todas as possibilidades acima citadas!
No final das contas somos todas MÃES!

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